A inclusão digital no âmbito da
gestão de uma escola pode vir a ser uma forma de comunicação com a comunidade
escolar. Neste espaço, que é a escola, faz-se necessário buscar diferentes possibilidades
de participação da família, funcionários, comunidade em geral, não gerando uma
única forma de participação, como agenda ou vir pessoalmente até a escola, caso
contrário, pode-se restringir outras portas de aprendizagens para as famílias e
para todos que perpassam este universo escolar.
Assim, cabe a gestão, sempre buscar
possibilidades diferenciadas de participação, nas quais uns irão se integrar
melhor nesta ou naquela forma de participar. Neste sentido, a inclusão digital,
vem proporcionando uma maneira a mais da informação e da participação estar
sendo viabilizada na escola.
Para que este diálogo com a
comunidade escolar seja estabelecido, pode-se ter a inclusão digital como uma
aliada, que irá favorecer mais um canal de comunicação entre a escola, família
e comunidade.
Na Unidade que atuo como gestora, destaca-se
recentemente entre essas comunicações digitais, um blog, contendo a
proposta pedagógica, projetos institucionais e didáticos e acontecimentos
cotidianos que tanto os familiares, alunos, funcionários e comunidade podem
acompanhar, comentar, sugerir e saber quais os caminhos trilhados pela escola e
pelos que por ela passam diariamente.
Logo após a criação do blog houve a
necessidade de realizar um trabalho de apresentação para a comunidade escolar orientando
como acessar, curtir e comentar as postagens
nele inseridas. Não basta apenas ter acesso a este canal digital, mas é
necessário haver também um trabalho de orientação aos usuários, caso contrário corre-se o risco de não favorecer a inclusão digital nesta ação planejada pela
escola impedindo, inclusive, que o projeto se mantenha, e ao invés da inclusão,
favorecer a exclusão da comunidade pela falta de orientação.
Diante deste caminho, ressalta-se
que a escola parece ter condição de destaque nesta perspectiva, contribuindo
não apenas para o acesso ou a busca de informação, mas principalmente uma
visão crítica diante desta utilização. Um trabalho de treinamento, de formação
para tal utilização, irá visar potencializar as parcelas da população
“excluída”, assumindo uma proposta de formação dos indivíduos, dando um passo importante na concepção de inclusão
digital e da necessidade de se entender sua problemática, indo para além do
acesso.
A
inclusão digital se dá, portanto, não com o acesso à tecnologia pura, mas sim
como parte de um processo de inclusão social. O uso das tecnologias deve
buscar, antes de tudo, um avanço no bem-estar de todo um grupo social,
favorecendo sua cultura, suas necessidades e suas particularidades. Somente
desta forma a massa excluída estará, de fato, inserida neste ciberespaço..
(Montanaro,2000, p.7)
Pode-se então pensar que o grande
passo a ser dado pelos gestores e educadores é buscar uma reflexão constante
que traga um debate para o planejamento de ações que justifiquem o porquê de trabalhar
com as tecnologias digitais, qual o propósito, o motivo desta aproximação,
deste trabalho? Para quem ele é importante? Em qual perspectiva? Essas questões
devem estar sempre presentes como guia no trabalho do gestor da unidade
escolar.
Montanaro
(2000, p.7) vem complementar esta reflexão com contribuições sobre o ponto
central do que é chamado inclusão digital, dizendo que:
Não é suficiente dar a todas as pessoas um
computador com uma ótima interface e todas as facilidades de acesso. É
necessário, e talvez seja realmente o mais importante, dar condições para que
essas pessoas, munidas de tal tecnologia, possam a utilizar de forma consciente
na participação nos processos de inteligência coletiva e de construção
colaborativa do conhecimento.
Portanto,
a gestão escolar, deve ter o compromisso e metas estabelecidas para que a cada
dia sejam pensados diferentes canais de comunicação, aproveitando a inclusão
digital como mais um meio de conquistar este objetivo, o qual estará
contribuindo tanto para os objetivos específicos no ambiente interno da escola,
como no externo, na medida em que, na sociedade, cada vez mais essas habilidades de comunicação
e busca de informações são competências a serem conquistadas para que o homem
interaja socialmente com mais pessoas e com o mundo que vive.
Enfim,
ao assumirmos a inclusão digital como uma das formas de diálogo entre a gestão
e a comunidade escolar, é necessário ter em mente que não é suficiente oferecer
às pessoas um computador, o mais importante é dar condições para que este
acesso seja qualitativo, para que façam uso da tecnologia não de forma
banalizada, mas consciente, tendo uma participação que construa conhecimentos
necessários para ampliação cultural. Neste sentido, o gestor escolar torna-se
muito importante no processo, principalmente ao assumir a liderança nesta forma
de comunicação, lembrando-se de garantir que esta ação esteja inserida no
Projeto Político Pedagógico da Escola, não apenas no papel, mas principalmente
nas ações cotidianas.
Karla
Regina
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